Tuesday, November 6, 2012

Sobre preconceitos. E conceitos aprendidos

Acredito que pelas experiências vividas em diversos lugares que trabalhamos, podemos compor um leque bem diverso para nossa formação.

Já notou o desenho art noveau de uma curva francesa? Aliás, já usou uma?
E, é vencendo o medo do novo, de novas mídias, de metodologias trazidas por colegas, que nos tornamos mais completos em nossa área. Por isso, antes de bravejar que não gostamos de certos processos, programas e tudo mais, procurar aprender a lidar com eles é fundamental.
Afinal, problemas nos ensinam a ter jogo de cintura.
Já a tecnologia surge para nos auxiliar, mas precisamos entender
sua linguagem para usá-la de maneira correta

Aqui entre nós: deveríamos pegar leve nos rótulos, não? Simplesmente porque não compreendemos, não poderíamos negar novidades... mas não é bem assim.

Que mania que temos em classificar coisas! Nós designers temos curiosidade, mas temos essa coisa imediatista - o botão "amo/odeio" - que pode ser um tiro no pé.

É preconceito, falta de flexibilidade - e sensibildade de nossa parte: ao nos depararmos com uma paleta de cores inusitada ou com uma forma de produzir diferente da nossa, é sempre um exercício tentar entender seus "porquês" antes de taxar algo como ruim.

Sabe, trabalhei com muitos tipos de profissionais e, graças à um grande mestre, fiquei atenta que em todo lugar temos coisas a aprender:

{ Numa clicheria bem simples, observei diferentes técnicas de impressão (e que tipografia não é tipologia, ok?) | Com os desenhos técnicos em outro lugar, descobri que isométrico pode sistematizar um gráfico, assim como no escritório de design de produto aonde estagiava, que aprendi a ser metódica com linhas e medidas, o que me ajudou com branding mais tarde | Numa agência de propaganda, se aproximar visualmente de diversos públicos para vender diferentes tipos de imóveis  foi um avanço.... e tive contato com linguagem empresarial quando fiz revista customizada para um banco e quando trabalhei no marketing de uma empresa de TI... aliás, nesse mesmo local tive a oportunidade de conhecer um pouco do mundo web e entender meu lado nerd latente | Endomarketing foi a lição de casa de um estúdio que estive por um ano e, numa editora anterior a que estou hoje, comecei a entender a editoração | Com a minha dupla de criação, a Esmeh, entrei em contato com o "crème-de-la-crème" dos redatores publicitários e soube que usar com parcimônia a exclamação é uma dádiva | Já no estúdio de uma colega diretora de arte, fui conduzida a ter um olhar mais poético das imagens e, aonde estou, aprendi o valor de um bom jornalista e o que podemos agregar às suas narrativas.
E por aí vai... }

Tantas lições, vários professores voluntários e involuntários... E confesso que, cada vez que me deparo com uma novidade, sair da zona de conforto me deixa um pouco em pânico, sim: mas de maneira alguma deve nos paralisar. Apenas é diferente...
...e incrivelmente excitante para alguém que precisa conhecer
diversas formas de se expressar, como nós designers.

Wednesday, October 31, 2012

Uma camiseta, dois mascotes e um punhado de trigo


Game of Thrones é um seriado do estilo fantasia medieval, baseado em livros de R.R.Martin.
Nele são descritas lutas cruéis e jogos mentais pelo poder. Cada Família (chamada Casa), tem seus lemas,  símbolos, mascotes - bem ao estilo feudal. Camponeses vassalos são juramentadas aos nobres, senhores de castelos etc

Bem, no aniversário de uma amiga, que também é fã da trama, resolvi presenteá-la com uma camiseta da série. (abaixo ilustração da camiseta comercializada pela Nerdstore, que é linda demais!)

Para dar uma graça à embalagem, procurei uma caixa de mdf que se assemelhasse com um pequeno baú, típico da idade das trevas européia.


Para decorá-la, pensei na linguagem que os diretores de arte da série usam: com muito contraste de luz e sombra. Ao escurecer a peça com betume (depois de lixada e impermeabilizada com goma laca), dei pinceladas secas de pátina dourada, para dar um ar rústico porém revisitado coisa e tal.


Usando o fato de que na casa da minha amiga moram dois bichanos bem simpáticos, comprei dois apliques - em forma gatinhos - de mdf e simulei um brasão com arabescos para a família dela e "inventei" um ícone para a "Casa Xavier". (Esses apliques são facilmente encontrados em lojas que vendem artigos de madeira e mdf)


Para dar o ar de taverna ao baú e fazer uma "cenografia", comprei trigos secos, que remetem à cerveja - bebida largamente utilizada na narrativa.


Já o cartão nada mais é do que uma carta com tipografia de pena (como é apresentado nos episódios) e para dar o tom mais épico e sóbrio, escrevi utilizando os termos que os personagens costumam declamar...
mas traduzindo mesmo é apenas "feliz aniversário e tudo de bom!".


"os grandes cães negros do leste saúdam os misteriosos felinos do sul"