Adoro ver editoriais de moda - e os que tem me surpreendido com bom gosto fora do comum são os masculinos. Não sei se porque os ensaios das moças são tantos e já foram explorados a exaustão (além do que as modelos magras e morrendo de banzo não ajudam).
Dos nacionais que mais me chamaram atenção este ano, os da Alfa (em Dezembro por exemplo, foi inspirado em Mad Men) são bem trabalhados, com fotografia impecável.
Mas o da Playboy de outono-inverno, "Jogos de Guerra" é o meu preferido: pra quem não viu, é uma direção de arte que chama a atenção, com uma paleta de cores que passeia por verdes, caquis e tonalidades frias, como o cinza azulado. Masculino e misterioso, o trabalho da luz barroca, dramática merece destaque também. É como se fosse um filme da Segunda Guerra, com nazis e tudo mais.
E que homem não tem vontade de vestir uma peça com influência militar com toda essa cena de aventura?
Parabéns aos amigos da redação ao lado! Mataram a pau.
Confira o ensaio bacana na página deles:
http://playboy.abril.com.br/fotos/estilo/moda/jogos-de-guerra/jogos-de-guerra-9/#post-photo-gallery
Tuesday, December 28, 2010
Wednesday, December 22, 2010
Embalado para voar
Resolvi apresentar um faça-você-mesmo: a idéia aqui foi fazer um presente temático - no caso para um futuro piloto.
Logo pensei em fazer uma caixa bacana a altura do meu querido aviador - que ele pode inclusive usar depois: lembrei do lay-out da embalagem da Manteiga Aviação, que dá um recall rápido e é bem retrô - como adoro peças vintage, seria meu toque.
Já imaginei-a cheia de mimos sortidos referentes ao assunto - livros, filmes e mais uns agrados.
A primeira coisa que fiz foi vetorizar uma imagem que achei do desenho do rótulo - pra saber se o desenho ia ficar convincente mesmo (ao lado, já trabalhada).
Na sequência, comprei uma caixa circular de mdf (pode ser madeira também) e usei nela uma lixa bem fininha para deixar a superfície lisinha.
Apliquei uma base para pintura acrílica (você pode usar tinta branca também) com pincel e rolinho (uma miniatura desses de pintar parede, uma graça).
Após a secagem, entra em cena a tinta pva cor "ouro desbotado" para simula a cor metálica do pote.
Medi a caixa e adaptei o rótulo: imprimi em sulfite e pra não enrugar, apliquei cola em gel (esse é um detalhe importante).
Feliz Natal pra vocês!
Logo pensei em fazer uma caixa bacana a altura do meu querido aviador - que ele pode inclusive usar depois: lembrei do lay-out da embalagem da Manteiga Aviação, que dá um recall rápido e é bem retrô - como adoro peças vintage, seria meu toque.
Já imaginei-a cheia de mimos sortidos referentes ao assunto - livros, filmes e mais uns agrados.
A primeira coisa que fiz foi vetorizar uma imagem que achei do desenho do rótulo - pra saber se o desenho ia ficar convincente mesmo (ao lado, já trabalhada).
Na sequência, comprei uma caixa circular de mdf (pode ser madeira também) e usei nela uma lixa bem fininha para deixar a superfície lisinha.
Apliquei uma base para pintura acrílica (você pode usar tinta branca também) com pincel e rolinho (uma miniatura desses de pintar parede, uma graça).
Após a secagem, entra em cena a tinta pva cor "ouro desbotado" para simula a cor metálica do pote.
Medi a caixa e adaptei o rótulo: imprimi em sulfite e pra não enrugar, apliquei cola em gel (esse é um detalhe importante).
Secou e tchan-nan!
Montar um presente assim é gostoso porque é um processo - você vai comprando os ítens, os amigos dão palpites e o resultado final é bem divertido.Feliz Natal pra vocês!
Sunday, December 5, 2010
O caminho inverso que nos inspira
Bem, há anos atrás, participei de um processo criativo da Contém1G. No final das contas, a vaga não apareceu pra nenhum dos candidatos, mas a vice-presidente na época havia curtido muito o meu resultado. Então resolvi dissecá-lo aqui.
A tarefa era escolher um produto e fazer um novo rótulo em 4 dias. Só isso.
O que chamou a atenção do pessoal da marca é que me envolvi tanto que acabei fazendo uma campanha com folhetaria e, ao apresentar o novo rótulo e uma solução para o ponto de venda, justifiquei até o porquê do nome do produto - que já existia, mas era somente um número (o que, convenhamos, não é a coisa mais bacana de se memorizar).
A empresa se dedicava na época a fazer fragrâncias inspiradas em perfumes importados e por isso o lance de batizar seus produtos apenas com números. Mas olhando o catálogo, descobri qual rótulo mudar: me deparei com um que levava um grafismo de "ameba tipo bandana" (ao lado). Era o número 47. O que me chamou a atenção é que era talvez a única fragrância exclusiva - e por isso resolvi que seria esse o meu projeto.
Comprei o perfume. Era doce e feminino. Tinha boa fixação e de certa forma era marcante. Hum, e o que associar com ele? Número 47... como desenhar suas qualidades tão subjetivas, hein?
Fiz o caminho inverso: tentar explicar o número, para daí criar. Fui estudar a história da moda, já que queria beber da fonte de gente que cria peças exclusivas (sempre lembrando que eu tinha poucas horas para elaborar isso). E fui atrás do que aconteceu de impactante em 1947: descobri que naquela época Christian Dior lançou o New Look, uma coleção recheada de saias amplas e femininas - dando um chega-pra-lá no miserê de tecidos dos cinzas anos de guerra, que tinham acabado ha pouco. E foi essa estética que resolvi adotar
Ah, era isso que eu precisava: Glamour! 47 era um perfume doce e exclusivo, assim como a cintura e as saias godê-guarda chuva de Dior! E o nosso perfume 47 merecia uma cor rosada, puxada a uma fruta madura, já que era floral/frutal.
Para brincar com o rótulo, criei um que é impresso na parte interna, para causar um efeito gráfico que diferenciaria o número 47.
Abaixo, alguns aspectos técnicos - a caixa, por exemplo, cria um grafismo na prateleira da loja, veja:
Também resolvi trocar a tampa do vidro (coisa que não haviam pedido, mas achei pertinente, porque queria indicar um caminho de mudança, mas sem impactar tanto no custo de produção).
Olha, foi um projetinho desafiador pra mim e em tempo recorde. Hoje vendo, claro que melhoraria... já fazem mais de 7 anos. E o resultado impressionou ao pessoal da empresa, porque me pediram apenas um novo rótulo e eu entreguei um novo conceito - o de exclusividade (que valorizaria inclusive a marca mãe, que na época era sinônimo de fragrância econômica) junto com uma ação promocional.
Mais trabalhos em viviantorres.net
A tarefa era escolher um produto e fazer um novo rótulo em 4 dias. Só isso.
O que chamou a atenção do pessoal da marca é que me envolvi tanto que acabei fazendo uma campanha com folhetaria e, ao apresentar o novo rótulo e uma solução para o ponto de venda, justifiquei até o porquê do nome do produto - que já existia, mas era somente um número (o que, convenhamos, não é a coisa mais bacana de se memorizar).
A empresa se dedicava na época a fazer fragrâncias inspiradas em perfumes importados e por isso o lance de batizar seus produtos apenas com números. Mas olhando o catálogo, descobri qual rótulo mudar: me deparei com um que levava um grafismo de "ameba tipo bandana" (ao lado). Era o número 47. O que me chamou a atenção é que era talvez a única fragrância exclusiva - e por isso resolvi que seria esse o meu projeto.
Comprei o perfume. Era doce e feminino. Tinha boa fixação e de certa forma era marcante. Hum, e o que associar com ele? Número 47... como desenhar suas qualidades tão subjetivas, hein?
Fiz o caminho inverso: tentar explicar o número, para daí criar. Fui estudar a história da moda, já que queria beber da fonte de gente que cria peças exclusivas (sempre lembrando que eu tinha poucas horas para elaborar isso). E fui atrás do que aconteceu de impactante em 1947: descobri que naquela época Christian Dior lançou o New Look, uma coleção recheada de saias amplas e femininas - dando um chega-pra-lá no miserê de tecidos dos cinzas anos de guerra, que tinham acabado ha pouco. E foi essa estética que resolvi adotar
Ah, era isso que eu precisava: Glamour! 47 era um perfume doce e exclusivo, assim como a cintura e as saias godê-guarda chuva de Dior! E o nosso perfume 47 merecia uma cor rosada, puxada a uma fruta madura, já que era floral/frutal.
Para brincar com o rótulo, criei um que é impresso na parte interna, para causar um efeito gráfico que diferenciaria o número 47.
Abaixo, alguns aspectos técnicos - a caixa, por exemplo, cria um grafismo na prateleira da loja, veja:
Também resolvi trocar a tampa do vidro (coisa que não haviam pedido, mas achei pertinente, porque queria indicar um caminho de mudança, mas sem impactar tanto no custo de produção).
Olha, foi um projetinho desafiador pra mim e em tempo recorde. Hoje vendo, claro que melhoraria... já fazem mais de 7 anos. E o resultado impressionou ao pessoal da empresa, porque me pediram apenas um novo rótulo e eu entreguei um novo conceito - o de exclusividade (que valorizaria inclusive a marca mãe, que na época era sinônimo de fragrância econômica) junto com uma ação promocional.
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Sunday, November 28, 2010
Wednesday, November 24, 2010
Nacionalizar páginas: um exercício
Revistas licenciadas, como a que trabalho - a Men's Health - geralmente precisam manter o padrão editorial das publicações "mães": Nova, Rolling Stone e Marie Claire são exemplos também.
No nosso caso, muitas vezes também compramos matérias de edições americanas e inglesas. Elas vem completas ou somente o texto - e a arte fazemos aqui.
Mas de maneira geral, é necessário adaptá-las ao nosso país tropical, o que resulta de muitas vezes em duas etapas: re-escrever as dicas, com médicos e especialistas brazucas (só aproveitando a pauta, por exemplo) e criar novos lay-outs para ela, com gente mais morena, cores veranis e alegres. E as nossas fontes de texto corrido, que costumam ser 2 ou 3 pontos maiores .
Para exemplificar o trâmite da coisa aqui na arte (mas o texto tem outro viés parecido), resolvi trazer uma matéria que está no meu Flickr, sobre sexo e verão.
O título original da inglesa é "The science of summer sex" e é ilustrada com mulheres nuas - porém sem o nosso "mojo" nacional e no projeto visual anterior ao adotado aqui no Brasil.
Enquanto a Carol Balro (nossa colega jornalista) estava às voltas com tradução e nacionalização de dados de pesquisas, fui lendo o texto original, o que me deu idéia para as fotos e tratamentos.
No meu primeiro estudo, quis passar uma coisa mais onírica, de sedução e química. Para isso, fiz montagens e utilizando o laranja do nosso projeto e brincando com o líquido que pela cor se parece por vezes com fogo (fazendo alusão à química e à coisa quente do verão). Esse lay-out recebeu o nome de "banho de fanta" da turma da arte aqui.
Nesse segundo, peguei mais pesado. Cores mais fortes e uma atitude mais provocativa da mulher.
Mas ai nosso diretor não aprovou e explicou: "O diferencial da nossa revista é que ela proporciona uma mulher real ao leitor, e não nessa aura de sonho."
O que nos restou foi procurar outra identidade para a matéria, que a essa altura, perdeu o lance de química na nacionalização do texto.
Fui atrás de imagens de praia, ao ar livre, de garotas mais próximas de uma namorada do leitor, uma girl next door. Já a paleta de cores resfrescantes (azul, verde e uma pitadinha da laranja), nós indicamos no tratamento de imagens, para que todas seguissem um padrão.
O resultado é esse aqui, veja:
O que nos restou foi procurar outra identidade para a matéria, que a essa altura, perdeu o lance de química na nacionalização do texto.
Fui atrás de imagens de praia, ao ar livre, de garotas mais próximas de uma namorada do leitor, uma girl next door. Já a paleta de cores resfrescantes (azul, verde e uma pitadinha da laranja), nós indicamos no tratamento de imagens, para que todas seguissem um padrão.
O resultado é esse aqui, veja:
Sentiram as sutilezas?
Monday, November 15, 2010
Porque compartilhar informações é preciso
Olá você, criatura que vem aqui pela primeira vez!
Pretendo postar aqui meus estudos de lay-outs que faço, os experimentos antes de chegar a arte final, franksteins visuais... além de coisas que gosto por ai... e claro, trocar informações. Trabalho atualmente com editorial e acredito que nossa tônica é esse dia-a-dia cheio de novidades.
Porque acho que criatividade, criadores e criação não nascem do nada: é preciso deixá-los crescendo soltos, regados a muuuuuita referência, artes... e humor. Não é?
Pretendo postar aqui meus estudos de lay-outs que faço, os experimentos antes de chegar a arte final, franksteins visuais... além de coisas que gosto por ai... e claro, trocar informações. Trabalho atualmente com editorial e acredito que nossa tônica é esse dia-a-dia cheio de novidades.
Porque acho que criatividade, criadores e criação não nascem do nada: é preciso deixá-los crescendo soltos, regados a muuuuuita referência, artes... e humor. Não é?
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